O MOTIVO DE TODO ESSE MAL

O MOTIVO DE TODO ESSE MAL
O MOTIVO DE TODO ESSE MAL

ORAÇÃO DA SERENIDADE

"Deus, conceda-me Serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, Coragem para modificar aquelas que posso e Sabedoria para reconhecer a diferença, Só por Hoje, Funciona."

"EU ME ABRAÇO A VOCÊS E UNO O MEU CORAÇÃO AO SEUS PARA QUE JUNTOS POSSAMOS FAZER TUDO AQUILO QUE SOZINHO NÃO CONSIGO"

sexta-feira, setembro 16, 2011

"Diversos depoimentos - O mesmo Problema"

“Sou um alcoólatra. Comecei a beber com 13 anos, mas adquiri o vício com mais ou menos 16 anos. Logo, minha mãe percebeu o vício e tentou me ajudar levando ao AA (Alcoólatras Anônimos). No início, estava com medo. Não sabia com era. Após três meses de tratamento, acreditei estar curado e pensei que já poderia voltar a beber socialmente com amigos. Estava enganado. Tive uma recaída, voltei ao tratamento e descobri que o alcoolismo não tem cura. Tenho 23 anos e já fazem 6 que não bebo bebidas alcoólicas. Hoje, estou com minha família formada, esposa e filha, tenho um emprego, sou voluntário do AA de minha cidade e amo minha vida. Espero que possa ajudar alguém com meu depoimento. Obrigado.”

“Alexandre Costa, 15 anos, afirma ter começado a beber com 14 anos apenas por curiosidade. O adolescente comenta que acredita que os amigos possam ter o influenciado a entrar nesse mundo e ainda ressalta que apesar de não consumir cerveja, costuma beber batidas e vodcas. “Costumo beber em casas noturnas e em casas de amigos” diz. “Já cheguei a ficar bêbado várias vezes. Em uma delas, não me lembrei do que havia feito. Apenas me recordo de ter passado mal. Mas em todas as outras vezes eu me lembro bem.” Alexandre ainda afirma que no dia posterior ao que ficou bêbado, sentiu tontura, dores de cabeça e no estômago mesmo sem se lembrar muito bem do acontecido. “Nunca desmaiei, nem tive passagens pelo hospital” ressalta”.

“Júlio Rodrigues está com 18 anos e também passou por situações semelhantes à de Alexandre. O jovem costuma beber desde os 15 anos e ressalta que seu primeiro contato com o álcool aconteceu para tornar-se mais sociável com as garotas. Júlio ainda afirma que não recebeu influências, mas sempre teve certa curiosidade em experimentar bebidas alcoólicas. O jovem comenta que costuma ingerir bebidas variadas, como menina veneno, caipirinha, cuba e vinho, em locais como casas noturnas, clubes e até em motéis. “Comecei a beber fora de casa. Lembro que a primeira bebida que coloquei na boca foi mijo de égua (Fanta® com vodca)” afirma . “Minha mãe sempre soube. Ela me diz para não exagerar para não ter que me ver muito bêbado algum dia. Caso contrário, ela até me ameaçou desconsiderar. Sempre penso nela antes de beber muito.” Júlio ainda ressalta que bebe exageradamente durantes as sextas e aos fins-de-semana e nos dias restantes sempre costuma beber em doses menos elevadas. Ainda afirma que nunca desmaiou ou teve que ir até o hospital, mas já passou por situações constrangedoras causadas pelo álcool como entrar em banheiro errado, urinar em si próprio, cumprimentar alguém acreditando ser outra pessoa, envolver-se em brigas, etc”.

Comentário Davi Palante: Sou um adicto em recuperação e percebo que em todas as  situações citadas acima tem um causador de problemas "o Álcool - bebidas alcoólicas". 

Quando uma substância enjerida começa a trazer problemas para o seu dia-dia ou criar situações onde você nem lembra do acontecido, é preciso uma atenção redobrada. falo por minha experiência de vida, sempre achei que não pegava nada, que foi só aquele dia...mas a realidade foi outra para mim. Não consegui me desvincular desse hábito, bebia quase todos os dias até conhecer a 1ª droga proibida "Maconha", depois a cocaína e assim por diante até o crack!!! Só estou tentando passar a minha experiência de vida com o Álcool, não estou dizendo que os depoimentos são de adictos ou dependentes, mas que foi por esse caminho que minha história começou.....

Desejo muita sorte e paz a todos e que cada um faça sua história mas com certeza espero que seja diferente da minha..............

sábado, agosto 20, 2011

"SOFRE QUEM QUER"



Olá Amigos e Leitores!

Meu nome é Davi Palante e eu sou um dependente químico (adicto) em recuperação e estou limpo a 6 anos 8 meses e 18 dias “só por hoje”. E isso pode acreditar, não foi nada fácil....

Mas como conseguir largar o CRACK, A COCAÍNA, EXTASY E TUDO AQUILO QUE MUDAVA MEU CONSCIENTE PARA O MUNDO PARALELO DA ILUSÃO, DESONESTIDADE E MENTIRA.

Foi difícil aceitar que era um dependente químico! Que não tinha controle referente a droga e que ela sim tinha domínio total em minha vida. Não sou diferente de nenhum outro adicto, tive as mesmas experiência e perdas. Porém fui forte o suficiente para aceitar a derrota.

PERDI PARA AS DROGAS – E PERDI FEIO!!! Me tornei uma pessoa bem diferente da que eu era antes de dar a 1ª tragada na Maconha!!!

Aceitei a derrota fazendo a coisa certa! Pedi ajuda , algo que parecia tão difícil ficou tão fácil, pois não agüentava mas sofrer e me desapontar e o mais valioso para mim, queria parar de fazer os outros sofrerem. Eu sei quantos problemas trouxe para casa e família.

Com esse “DESEJO” cada vez mais forte na minha cabeça, consegui criar forças e laços com a recuperação, a cada dia era e é uma vitória um “milagre”, tenho desfrutado momentos maravilhosos e com muitas conquistas. Minha vida não mudou da água para o Vinho e sim do Vinho para a Água... Cresci profissionalmente e hoje tenho maturidade suficiente para sustentar minha esposa e meus dois filhos, poder desfrutar de um jantar, um passeio ou uma viagem. Ainda não fiquei rico.....Mas hoje sou um cara muito feliz!!!!

Ficou claro que só depende de mim. Só por hoje quero ser responsável com meus compromissos, não quero me desapontar e nem aos meus familiares.

HOJE ESSA É A MINHA ESCOLHA – “SOFRER PARA QUE” existe uma saída, para mim foi pedir ajuda e deixar ser ajudado.

Obrigado por continuarem voltando, desejo a todos ótimas 24 horas só por hoje.

Funciona....

sexta-feira, agosto 05, 2011

" DESABAFO"




Eis aqui um testemunho autêntico. Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e encontro-me no momento quase sem forças, mas pedi para a enfermeira Dane minha amiga escrever esta

carta que será endereçada aos jovens de todo o Brasil, antes que seja tarde demais:

Eu era uma jovem ’sarada’, criada em uma excelente família de classe média alta Florianópolis.

Meu pai é Engenheiro Eletrônico de uma grande estatal e procurou sempre para mim e para meus dois irmãos dar tudo de bom e o que tem e melhor, inclusive liberdade que eu nunca soube aproveitar.

Aos 13 anos participei e ganhei um concurso para modelo e manequim para a Agência Kasting e fui até o final do concurso que selecionou as novas Paquitas do programa da Xuxa. Fui também selecionada para fazer um Book na Agência Elite em São Paulo. Sempre me destaquei pela minha beleza física, chamava a atenção por onde passava. Estudava no melhor colégio de ‘Floripa’, Coração de Jesus. Tinha todos os garotos do colégio aos meus pés.

Nos finais de semana freqüentava shopping, praias, cinema, curtia com minhas amigas tudo o que a vida tinha de melhor a oferecer às pessoas saradas, física e mentalmente. Porém, como a vida nos prega algumas peças, o meu destino começou a mudar em outubro de 1994. Fui com uma turma de amigos para a OKTOBERFEST em Blumenau. Os meus pais confiavam em mim e me liberaram sem mais apego.

Em Blumenau, achei tudo legal, fizemos um esquenta no ‘Bude’, famoso barzinho na Rua XV.

À noite fomos ao ‘PROEB’ e no ‘Pavilhão Galego’ tinha um show maneiro da Banda Cavalinho Branco. Aquela movimentação de gente era trimaneira”. Eu já tinha experimentado algumas bebidas, tomava escondido da minha mãe o Licor Amarula, mas nunca tinha ficado bêbada. Na quinta feira, primeiro dia e OKTOBER, tomei o meu primeiro porre de CHOPP. Que sensação legal curti a noite inteira ‘doidona’, beijei uns 10 carinhas, inclusive minhas amigas colocavam o CHOPP numa mamadeira misturado com guaraná para enganar os ‘meganha’, porque menor não podia beber; mas a gente bebeu a noite inteira e os otários’ não percebiam. Lá pelas 4h da manhã, fui levada ao Posto Médico, quase em coma alcoólico, numa maca dos Bombeiros.

Deram-me umas injeções de glicose para melhorar. Quando fui ao apartamento quase ‘vomitei as tripas’, mas o meu grito de liberdade estava dado. No dia seguinte aquela dor de cabeça horrível, um mal estar daqueles como tensão pré-menstrual. No sábado conhecemos uma galera de S. Paulo, que alugaram um ap’ no mesmo prédio. Nem imaginava que naquele dia eu estava

sendo apresentada ao meu futuro assassino.

Bebi um pouco no sábado, a festa não estava legal, mas lá pelas 5:30 h da manhã fomos ao ‘ap’ dos garotos para curtir o restante da noite. Rolou de tudo e fui apresentada ao famoso baseado’Cigarro de Maconha’, que me ofereceram.. No começo resisti, mas chamaram a

gente de ‘Catarina careta’, mexeram com nossos brios e acabamos experimentando.

Fiquei com uma sensação esquisita, de baixo astral, mas no dia seguinte antes de ir embora experimentei novamente. O garoto mais velho da turma o ‘Marcos’, fazia carreirinho e cheirava um pó branco que descobri ser cocaína. Ofereceram-me, mas não tive coragem naquele dia.

Retornamos a ‘Floripa’ mas percebi que alguma coisa tinha mudado, eu sentia a necessidade de buscar novas experiências, e não demorou muito para eu novamente deparar-me com meu assassino ‘DRUGS’. Aos poucos, meus melhores amigos foram se afastando quando comecei a me envolver com uma galera da pesada, e sem perceber, eu já era uma dependente química, a partir do momento que a droga começou a fazer parte do meu cotidiano. Fiz viagens

alucinantes, fumei maconha misturada com esterco de cavalo,experimentei cocaína misturada com um monte de porcaria. Eu e a galera descobrimos que misturando cocaína com sangue

o efeito dela ficava mais forte, e aos poucos não compartilhávamos a seringa e sim, o sangue que cada um cedia para diluir o pó. No início a minha mesada cobria os meus custos com as malditas, porque a galera repartia e o preço era acessível. Comecei a comprar a ‘branca’

a R$ 7,00 o grama, mas não demorou muito para conseguir somente a R$ 15,00 a boa, e eu precisava no mínimo 5 doses diárias. Saía na sexta-feira e retornava aos domingos com meus ‘novos amigos’. Às vezes a gente conseguia o ‘extasy’, dançávamos nos ‘Points’ a noite

inteira e depois… farra! O meu comportamento tinha mudado em casa, meus pais perceberam, mas no início eu disfarçava e dizia que eles não tinham nada a ver com a minha vida…

Comecei a roubar em casa pequenas coisas para vender ou trocar por drogas… Aos poucos o dinheiro foi faltando e para conseguir grana fazia programas com uns velhos que pagavam bem. Sentia nojo de vender o meu corpo, mas era necessário para conseguir dinheiro. Aos poucos toda a minha família foi se desestruturando.


Fui internada diversas vezes em Clínicas de Recuperação. Meus pais, sempre com muito amor, gastavam fortunas para tentar reverter o quadro.. Quando eu saía da Clínica agüentava alguns dias, mas logo estava me picando novamente. Abandonei tudo: escola, bons amigos e família.


Em dezembro de 1997 a minha sentença de morte foi decretada; descobri que havia contraído o vírus da AIDS, não sei se me picando, ou através de relações sexuais muitas vezes sem camisinha. Devo ter passado o vírus a um montão de gente, porque os homens pagavam mais para transar sem camisinha. Aos poucos os meus valores, que só agora reconheço, foram acabando, família,amigos, pais, religião, Deus, até Deus, tudo me parecia ridículo. Meu

pai e minha mãe fizeram tudo, por isso nunca vou deixar de amá-los. Eles me deram o bem mais precioso que é a vida e eu a joguei pelo ralo. Estou internada, com 24 kg , horrível, não quero receber visitas porque não podem me ver assim, não sei até quando sobrevivo, mas do fundo do

coração peço aos jovens que não entrem nessa viagem maluca… Você com certeza vai se arrepender assim como eu, mas percebo que é tarde demais pra mim.


OBS.: Patrícia encontrava-se internada no Hospital Universitário de Florianópolis e a enfermeira Danelise, que cuidava de Patrícia, veio a comunicar que Patrícia veio a falecer 14 horas mais tarde depois que escreveram essa carta, de parada cardíaca respiratória em conseqüência da AIDS.


Espero que depois de terem lido esse depoimento todos que visitarem o blog e lerem esta matéria pensem muito bem antes de experimentar qualquer droga,ou se alguem visitar o blog e for usuário que leia e sirva de lição pra pararem de vez com essa burrada que é usar droga!!

segunda-feira, julho 18, 2011

"Vários Depoimentos"


Apagão ao volante


Egberto Nogueira

"A ficha caiu quando sofri um acidente de carro. Estava virada, sem dormir, fazia quatro dias. Peguei o carro para ir comprar crack, mas não andei nem 100 metros e sofri um apagão. Dormi ao volante. Fiquei cinqüenta dias com os dois braços enfaixados e o rosto cheio de feridas por causa dos estilhaços do vidro. Já havia sido internada algumas vezes, mas sempre soube que voltaria à droga. Fazia meus pais pagar minhas dívidas dizendo que, do contrário, seria morta pelos traficantes. Em troca, eu ficava um tempo na clínica de recuperação. De uma delas, fugi pulando o portão. Com o acidente, percebi que tinha de me livrar daquilo. Agora estudo, luto para recuperar a guarda dos meus filhos e quero montar um grupo de apoio só para mulheres dependentes. Elas precisam perder o medo de procurar ajuda."
M., 31 anos, estudante de psicologia de São Paulo, livre do crack desde 2005

O salário virou fumaça

Leo Caldas/Titular

 "Ainda hoje tenho pesadelos nos quais estou fumando crack. Acordo assustado e com raiva de mim mesmo. Não quero passar por aquilo de novo. Na fase pior, gastava todo o meu salário com a droga. Eu, que sempre ganhei tudo do bom e do melhor de meus pais, cheguei a roubar as coisas de casa para fumar crack. Vendi até Tupperware em troca de pedras. Quando meu pai disse que não me queria mais em casa, decidi pedir ajuda. Fiquei mais de um ano numa clínica de recuperação. Nesse tempo, percebi que o meu maior vício não eram as drogas, e sim pensar só em mim. Para me livrar do crack, tive de virar outra pessoa. Hoje, penso que o meu crescimento pessoal só é relevante se eu ajudar os outros a crescer. Consegui, assim, voltar para a casa dos meus pais, para o meu trabalho e estou namorando firme. Aos poucos, reponho os aparelhos eletrônicos que tirei de casa."
Fabio Bakun Nóbrega de Albuquerque, representante comercial do Recife, 29 anos, em abstinência desde 2006

Choro e desespero

Egberto Nogueira

"O conjunto de som e DVD do meu carro valia 7 000 reais. Um dia, troquei-o por 300 reais de crack. Como minha família é de classe média alta, não precisei fazer dívidas quando me enterrei nessa droga, mas roubei CDs, filmadora, todos os eletrônicos de casa. Quando você está louco de crack, não se importa com nada disso. O que importava era sair correndo para comprar pedra. Até essa época, eu nunca tinha visto meu pai chorar. Uma noite, quando cheguei transtornado em casa, ele me chamou num canto e desabou no choro. Perguntava: ‘O que eu preciso fazer pra você parar com isso?’. Foi ali que decidi parar de usar crack. Tive de romper com todos os amigos que me levavam à droga e passei quase um ano inteiro indo à faculdade e voltando para casa sem olhar para os lados. Hoje, eu e meu pai, que também é dentista, trabalhamos juntos no mesmo consultório."
C., dentista de São Paulo, 25 anos, livre da droga há três

Sem droga e sem crédito

Egberto Nogueira

"Meu sonho sempre foi trabalhar na empresa do meu pai, uma metalúrgica no interior de São Paulo que ele fundou há quarenta anos. Mas, quando cursava a faculdade de administração, comecei a cheirar muita cocaína. Ao conhecer o crack, foi amor à primeira vista. Quando minha família começou a controlar meu dinheiro, evitando que eu comprasse mais cocaína, decidi partir para o crack. No início, tinha medo de ficar como os mendigos que aparecem na televisão. Misturava crack com maconha pensando que assim o cigarro ficaria mais fraco. Um mês depois, já estava na droga pura. Como meu pai tinha crédito na cidade e todos me conheciam, conseguia dinheiro com facilidade. Quando perdi o crédito, me bateu um desespero e aceitei ser internado. Desde então, venho tentando largar a droga, mas com recaídas. A última foi há seis meses. Independentemente de quantos tombos a droga me deu, preciso me levantar e tentar de novo."
Thiago Pires de Camargo, administrador de empresas de Santa Bárbara d’Oeste (SP), 30 anos, longe do crack há seis meses

quarta-feira, julho 13, 2011

"SOU UM ADICTO?"

Só você pode responder a esta pergunta.

Isto pode não ser fácil. Durante todo o tempo em que usamos drogas, quantas vezes dissemos “eu consigo controlar”. Mesmo que isto fosse verdade no princípio, não é mais agora. As drogas nos controlavam. Vivíamos para usar e usávamos para viver. Um adicto é simplesmente uma pessoa cuja vida é controlada pelas drogas.

Talvez você admita que tenha problema com drogas, mas não se considere um adicto. Todos nós temos idéias preconcebidas sobre o que é um adicto. Não há nada de vergonhoso em ser um adicto, desde que você comece a agir positivamente. Se você pode se identificar com nossos problemas talvez possa se identificar com a nossa solução. As perguntas que se seguem foram escritas por adictos em recuperação em Narcóticos Anônimos. Se você tem alguma dúvida quanto a ser ou não um adicto, dedique alguns momentos à leitura das perguntas abaixo e responda-as o mais honestamente possível.


Alguma vez você já usou drogas sozinho? [ Sim ] [ Não ]


Alguma vez você substituiu uma droga por outra, pensando que uma em particular era o problema? 
 [ Sim ] [ Não ]


Alguma vez você manipulou ou mentiu ao médico para obter drogas que necessitam de receita? 
 [ Sim ] [ Não ]


Você já roubou drogas ou roubou para conseguir drogas? [ Sim ] [ Não ]


Você usa regularmente uma droga quando acorda ou quando vai dormir? [ Sim ] [ Não ]


Você já usou uma droga para rebater os efeitos de outra? [ Sim ] [ Não ]


Você evita pessoas ou lugares que não aprovam o seu consumo de drogas? [ Sim ] [ Não ]


Você já usou uma droga sem saber o que era ou quais eram seus efeitos? [ Sim ] [ Não ]


Alguma vez o seu desempenho no trabalho ou na escola foi prejudicado pelo seu consumo de drogas?
 [ Sim ] [ Não ]


Alguma vez você foi preso em conseqüência do seu uso de drogas? [ Sim ] [ Não ]


Alguma vez mentiu sobre o quê ou quanto você usava? [ Sim ] [ Não ]


Você coloca a compra de drogas à frente das suas responsabilidades? [ Sim ] [ Não ]


Você já tentou parar ou controlar seu uso de drogas? [ Sim ] [ Não ]


Você já esteve na prisão, hospital ou centro de reabilitação devido a seu uso? [ Sim ] [ Não ]


O uso de drogas interfere em seu sono ou alimentação? [ Sim ] [ Não ]


A idéia de ficar sem drogas o assusta? [ Sim ] [ Não ]


Você acha impossível viver sem drogas? [ Sim ] [ Não ]


Em algum momento você questionou sua sanidade? [ Sim ] [ Não ]


O consumo de drogas está tornando sua vida infeliz em casa? [ Sim ] [ Não ]


Você já pensou que não conseguiria se adequar ou se divertir sem drogas? [ Sim ] [ Não ]


Você já se sentiu na defensiva, culpado ou envergonhado por seu uso de drogas? [ Sim ] [ Não ]


Você pensa muito em drogas? [ Sim ] [ Não ]


Você já teve medos irracionais ou indefiníveis? [ Sim ] [ Não ]


O uso de drogas afetou seus relacionamentos sexuais? [ Sim ] [ Não ]


Você já tomou drogas que não eram de sua preferência? [ Sim ] [ Não ]


Alguma vez você usou drogas devido a dor emocional ou “stress”? [ Sim ] [ Não ]


Você já teve uma “overdose”? [ Sim ] [ Não ]


Você continua usando, apesar das conseqüências negativas? [ Sim ] [ Não ]


Você pensa que talvez possa ter problema com drogas? [ Sim ] [ Não ]

Sou um adicto? Esta é uma pergunta que só você pode responder. Descobrimos que todos nós respondemos “sim” a um número diferente de perguntas. O número de respostas positivas não é tão importante quanto aquilo que sentíamos e a maneira como a adicção tinha afetado nossas vidas.

Algumas destas perguntas nem ao menos mencionam drogas. A adicção é uma doença traiçoeira que afeta todas as áreas de nossas vidas, mesmo aquelas que a princípio não parecem ter muito a ver com drogas. As diferentes drogas que usávamos não eram tão importantes quanto os motivos pelos quais usávamos ou o que elas faziam conosco.

Quando lemos estas perguntas pela primeira vez, assustou-nos pensar que poderíamos ser adictos. Alguns de nós tentaram livrar-se desses pensamentos dizendo:

“Ora, essas perguntas não fazem sentido.”


Ou

“Eu sou diferente. Eu sei que tomo drogas, mas não sou um adicto. O que tenho são problemas emocionais/familiares/profissionais.”


Ou

“Eu estou apenas passando por uma fase difícil.”


Ou

“Eu serei capaz de parar quando encontrar a pessoa certa/o trabalho certo, etc.!”

Se você é um adicto, precisa primeiro admitir que tem problema com drogas antes de fazer qualquer progresso no sentido da recuperação. Estas perguntas, quando respondidas honestamente, podem lhe mostrar como o uso de drogas tem tornado sua vida incontrolável. A adicção é uma doença que, sem a recuperação, termina em prisão, instituições e morte. Muitos de nós vieram para Narcóticos Anônimos porque as drogas haviam deixado de fazer o efeito que precisavam. A adicção leva nosso orgulho, auto-estima, família, entes queridos e até mesmo nosso desejo de viver. Se você não chegou a esse ponto com sua adicção, não precisa chegar. Descobrimos que nosso inferno particular estava dentro de nós. Se você quer ajuda, pode encontrá-la na Irmandade de Narcóticos Anônimos.

“Estávamos buscando uma resposta quando estendemos a mão e encontramos Narcóticos Anônimos. Viemos à nossa primeira reunião de NA derrotados e não sabíamos o que esperar. Depois de assistirmos a uma ou várias reuniões, começamos a sentir que as pessoas se interessavam e queriam nos ajudar. Embora pensássemos que nunca seríamos capazes, as pessoas na Irmandade nos deram esperança, insistindo que poderíamos nos recuperar. Entre outros adictos em recuperação, compreendemos que não estávamos mais sozinhos. Recuperação é o que acontece em nossas reuniões. Nossas vidas estão em jogo. Descobrimos que, ao colocarmos a recuperação em primeiro lugar, o programa funciona. Enfrentamos três realidades perturbadoras:


Somos impotentes perante a adicção e nossas vidas estão incontroláveis;


Embora não sejamos responsáveis por nossa doença, somos responsáveis pela nossa recuperação;


Não podemos mais culpar pessoas, lugares e coisas por nossa adicção. Devemos encarar nossos problemas e nossos sentimentos.

A principal arma da recuperação é o adicto em recuperação.”

Literatura:

1 Narcóticos Anônimos (Texto Básico, página 16).

terça-feira, julho 12, 2011

"O Adicto na Ativa"

Olá meu nome é Davi e estou limpo a 6 anos 6 meses e 10 dias só por hoje, falaremos do dependente químico na ativa. Esse é a pessoa que está fazendo o abuso de álcool e de outras drogas, o real é ter a obsessão que é a idéia fixa por droga, e a compulsão é quando inicia e não consegue parar. Com isso o dependente apresenta uma doença incurável, de decadência física, mental, emocional e espiritual e poderá ter um amargo fim ;- prisão, instituições [ internações em hospitais ] ou a morte.
Antigamente o uso de drogas era um elemento de integração. Utilizada na maioria das vezes por adultos, com objetivos místicos, religiosos, intelectuais ou guerreiros por certos grupos e em certas circunstâncias. A droga estava inserida num momento sócio-cultural, ou seja, a maconha era utilizada no oriente, o álcool no ocidente.
Atualmente o uso de drogas é um elemento de desintegração, ocupando o espaço da intimidade das relações entre a pessoas. A droga não é tratada como assunto de saúde pública e sim como uma questão econômica, visto que a plantação, produção e comércio das drogas ocupam o terceiro lugar na economia mundial.
Uma das formas de entender a drogadição é atribuir à droga como o problema fundamental do dependente, por exemplo - a mídia e alguns especialistas descrevem sobre as drogas de uma forma sensacionalistas. Ficando a falsa impressão que o dependente é um ser que aceita sem critica à droga e que está dominado por um vírus. Com isso fala-se muitos nas drogas e talvez seja essas as formas, cremos inconscientes, mais contundentes de propaganda das drogas. Que poder enfim damos às drogas !!!

A função primordial do uso de drogas na sociedade é, antes de obter o prazer, é o de evitar em pensar, é de não sofrer. O uso de drogas é uma tentativa então de não sentir a dor existencial.

Dizer que as drogas é a causa da deterioração da vida é, no mínimo, uma inversão de valores.É o próprio sistema social que cria uma tendência a proliferação da drogadição.



O dependente não adoeceu porque começou a tomar drogas, mais sim por estar adoecido existencialmente buscou nas drogas uma ‘solução’ ou ‘cura’ para suas feridas mais íntimas.

Agradeço a todos por continuarem acompanhando o desenvolvimento e crescimento do Blog. Fiquem a vontade em comentar ou dar sugestões, conto com vocês!!!

Desejo a todos boas 24 horas só por hoje!!!

domingo, junho 26, 2011

“Usar drogas é viver na escuridão”

Moça em recuperação há 11 meses, após internação por alcoolismo e dependência de maconha, conta sua história na Campanha da Jovem Pan:

“Minha história começa sempre como um conto de fadas: a mocinha mais bela de sua terra(minha mãe) conhece o rapaz com quem ela que ela sempre quis ficar e acabam namorando. Ela ficou grávida, aos 17 anos, e teve que se casar muito cedo.Muito novos, meus pais não conseguiram ficar muito tempo no casamento então a mocinha foi morar fora com a filha, mas a vida precisava ser vivida e conhecida.Então ,eu fui morar com meus avó paternos, que me acolheram e, com eles, morei até os 15 anos.Não conhecia direito as drogas mas conhecia muito bem a palavra NÃO, já era uma menina mimada e tudo que eu queria, eu conseguia.

“A primeira vez que eu experimentei bebida foi com 14 anos, com um amigo e um gole, nossa, odiei, e meu pai descobriu e eu fiquei de castigo um mês.

Com 15 eu fui morar com a minha mãe em outra cidade e já fumava cigarro. Experimentei com amigas também.

A maconha foi com a turma de colégio, a gente “caziou” aula e fomos para a casa dessa amiga para fumar, da primeira vez não senti nada, então eu surgeri que usássemos no outro dia e essa amiga topou.Fumamos no outro dia na casa dela.Nossa no primeiro trago eu não sentia meu corpo direito, dormência, tive vontade muita de rir e não conseguia descer a escada direito. Quando chegamos na casa dela comi tudo que tinha na frente, deu um cansaço enorme e fomos dormir.Fiquei cansada uma semana, cansaço físico e mental. Mas mesmo assim eu continuei fumando mais ou menos 2 meses. Depois eu não quis mais e minha amiga jogou fora.

Voltei para minha terra com 18 anos e lá comecei com a bebida. Uma festinha ali, outra aqui. Passei para faculdade, e já estagiando comecei a namorar um cara mais velho e a gente sempre saía para beber.Nisso eu comecei a acompanhá-lo e a bebida ficou cada vez mais minha companheira, de quinta a domingo.

Acabei com esse namoro e, por causa das drogas meu trabalho também foi “roubado” de mim, pois eu achava mais importante a bebida, uma saída, em vez de ir para o trabalho.

Comecei a freqüentar festas de música eletrônica e com isso o acesso para outras drogas foi ficando mais fáceis.

LSD, bala (ecstasy), comprimido de emagrecer que eu tomava com bebida para ficar elétrica, potenay (anestésico de cavalo injetável), lança perfume, tudo que me deixava louca eu usava.Com isso eu não tinha mais tantas oportunidades de emprego, minha família não fazia parte mais da minha vida, pois eu não queria mais eles perto só queria meus amigos ou namorados usuários.Minha vida era um vazio, uma frustração, escuridão pois na hora da droga eu sempre queria aquela primeira sensação que eu sentia quando eu usei pela primeira vez e com o álcool eu queira ficar alegre ,mas sempre exagerava, e eu achava que eles iam preencher esse vazio e quando isso não acontecia, vinha a depressão que sempre ocorria depois do efeito da droga.

Minha vida ficou sem sentido, tentei me matar algumas vezes, meus ex namorados já me agrediram.E quem me tirou dessa escuridão foi minha família que eu sempre me afastei. Hoje estou de recuperação há 11 meses e ficar sem álcool, sem droga e sem festas e estar do lado da minha família é o maior presente que eu tenho pois hoje eu tenho amigos de verdade, e não traficantes do meu lado, tenho pessoas que me amam e torcem por mim e sei que tenho uma doença incurável, progressiva e fatal que se eu não cuidar posso voltar para onde eu estava e ficar pior ainda.Pois eu não sou diferente do cara que está na rua pedindo esmola para comprar uma garrafa de bebida álcoolica, ou o cara que está fumando crack na rua, a pessoa é diferente mas a doença é a mesma se eu não tratar eu vou para o caixão!

E olha que essa minha história de ‘viveram felizes para sempre’ ainda tem muito para acontecer se eu fizer o que meu Deus quer. Mas, só por hoje, eu sou feliz!

sexta-feira, junho 24, 2011

"A Máscara caiu no 1º Encontro"

"Eu me preocupava com ele e, no entanto eu também sou alcoólica."
Foi numa terça-feira, 19h30 cheguei meio sem saber o que esperar, aliás, eu tinha minhas próprias idéias do que encontraria, mas nem de longe poderia imaginar as coisas que eu veria e sentiria naquela noite.
Fui para levar meu marido, porque "ele" era um alcoólico, "ele" não sabia beber, "ele" tinha que parar, "ele" só me fazia sofrer, enfim, todas as dores, amarguras e frustrações que eu tinha na vida, eram culpa dele.
Eu sempre fui tão boa para ele, sacrifiquei meus sonhos, minha individualidade, juventude e liberdade, em nome de um casamento falido e de um homem que não me merecia, nem me dava valor. Esses eram meus reais sentimentos.
Pensava que Alcoólicos Anônimos era algo extremamente machista, cheio de homens humilhados, derrotados e infelizes porque não podiam beber; que já haviam causado tanto sofrimento, que somente juntos poderiam suportar a dor da culpa que carregariam para resto de suas miseráveis vidas.
Mas não foi isso que eu vi.
Para começar, dei de cara com uma mulher coordenando a reunião, o que me pareceu bastante estranho, mas longo pensei: "Claro, só mesmo uma mulher para suportar um monte de bêbados arrependidos". Percebi que todos estavam arrumados, decentemente vestidos; a sala era aconchegante, e o clima... bem, o clima era para mim, no mínimo, suspeito.
Porém o que mais me intrigou foi o fato de estarem todos alegres; pareciam realmente felizes e orgulhosos por estarem ali, e mais ainda com a nossa presença; sorriam e nos cumprimentavam com visível satisfação, nos deixando muito à vontade.
Eu tinha vontade de gritar-lhes: "Ei, o bebão aqui é ele, não eu".
Entretanto, estava certa de que isso era tão legível como se uma enorme placa estivesse pendurada em meu pescoço.
Então começou a reunião. Desde o primeiro depoimento, senti que algo estava acontecendo dentro de mim. Senti calor, medo, vergonha, vontade de ir embora sair dali o mais rápido possível; era o que a minha cabeça dizia, mas meu corpo não obedecia, meu coração batia descompassado e por um momento achei que todos olhavam para mim e sabiam de todos os meus "pecados".
De repente, esqueci-me do motivo que me levou até ali, ouvia atentamente o que um companheiro dizia, e era como se estivesse em frente a um espelho vendo minha própria imagem, ouvindo minha própria voz.
Pela primeira vez, tive coragem de olhar para dentro de mim verdadeiramente e a máscara caiu. Eu era uma alcoólica, não era capaz de controlar meu modo de beber, e o que mais me doeu: tinha causado sofrimento a mim e a outros, inclusive àquele a quem eu de tudo culpava.

Pânico. Essa palavra resume o sentimento que me veio a seguir.
Deram-me café, cercaram-me de carinho e atenção e eu senti que os amava; não os via mais como bêbados derrotados e infelizes; eram alcoólicos em recuperação, corajosos, determinados, vencedores de uma luta diária, contra uma doença chamada alcoolismo.
Eu queria ser como eles, precisava disso, não podia mais mentir para mim mesma, não sabia o que dizer nem o que fazer. Então estenderam-me a mão e disseram-me que tudo seria diferente se eu quisesse, e graças ao meu Poder Superior, eu quis.
Jamais irei esquecer aquela noite. Já se passou um ano e mais algumas 24 horas. Não me preocupo com quantos anos mais virão; o que realmente importa é poder estar aqui hoje, alcoólica em recuperação diária; compartilhar com meus companheiros a alegria de cada momento, e também as tristezas.
"Vivo e deixo Viver", pois a vida é feita de muitos momentos, e o que faz a diferença é como nos preparamos para eles; não tenho que me preocupar com a vida dos outros e sim, com a minha.
Tudo isso eu devo a Alcoólicos Anônimos e aos meus companheiros.
Tudo é maravilhoso, porém frágil, como frágil é a própria vida, é preciso estar vigilante, perseverante nos meus propósitos para que não me desvie deles.
Espero que este meu sincero depoimento, possa-lhes ser útil e parabéns pelo Blog Davi tão bem feito e tão agradável de ser lido. Esta é a minha humilde contribuição.
Cristina 

segunda-feira, junho 20, 2011

"O RESGATE"

Eu Eduardo, 37 anos, casado 2 filhos

AGRADEÇO A DEUS POR TER ME RESGATADO...

Venho de uma família muito humilde, de 11 irmãos sendo um com D.I. (deficiência intelectual) e AUTISMO, hoje com 30 anos e um pai alcoólatra para piorar a situação.

Com 7 anos fui trabalhar na feira livre para ajudar no sustento da casa, mas sempre sobrava algum dinheiro, e sabe como é çça!!!. Mas sem orientação com o pouco que restava “a mente começou a funcionar”.

(Assim diz a Bíblia: Que a nossa carne trabalha contra o nosso espírito), então entre 8 e 9 anos comecei a beber vinho e batidas, aos 10 anos cigarro, aos 11 a maconha e aos 12 fumava 100 gr de maconha por semana. Mesmo assim tinha consciência da necessidade e da responsabilidade do dia a dia. Com 13 anos a COCAÍNA, mais a pior fase foi quando experimentei o CRACK, aos 17 anos.

Foi aí que Deus começou a obra dele em minha vida...LIVRAMENTOS e mais LIVRAMENTOS...

Grandes foram as dificuldades, pois por não ter mais vontade de trabalhar comecei a roubar para sustentar o meu vício. E com 19 anos fui preso...

Com 23 anos parei na U.T.I., 5 dias em como devido uma agressão física por 7 homens e entre eles um que se dizia meu amigo. Ao tentar roubar o meu relógio fui me defender, em chegaram a passar a moto em cima da minha cabeça, então adecidiram atentar tirar minha vida, mais para minha GLÓRIA e vontade de DEUS, estavam desarmados, mais quando foram buscar a arma um senhor me resgatou e me levou para o hospital. Eu estava com o rosto totalmente deformado, foi preciso reimplantar meu olho direito. MAS DE NADA ADIANTOU...Voltei para as malditas DROGAS!!!

Foi então que minha AMADA E GUERREIRA MÃE, que via nunca desistiu de nenhum dos seus 11 filhos e praticamente sozinha, sempre ORANDO, ACREDITANDO E SOFRENDO, pois qual é a mãe que quer uma vida dessas seu ou seus filhos?

Foi aí que olhando e percebendo todo o sofrimento e vi que DEUS sabia que havia um SER que no fundo queria ser resgatado. Então falei para DEUS que fizesse a mudança em minha VIDA ou podia me arrancar da terra, pois não queria mais ver a minha mãe, a minha família e eu mesmo naquele sofrimento.

DEUS muito obrigado pelo meu RESGATE, pela minha MÃE por nunca ter desistido, por meu PAI hoje ser um homem sem vício algum, pela FAMÍLIA ABENÇOADA que o SENHOR me deu....

SOU TEU SERVO PARA TODO O SEMPRE...

sábado, junho 18, 2011

"A decisão mais difícil de minha vida"

Que medo que senti ao sair de uma reunião de A.A., a minha segunda reunião, pois a primeira acontecera dezenove anos antes! Reafirmava para mim mesma o que tentara dizer lá dentro, sem o conseguir, pois as lágrimas me impediam: "Eu sou alcoólica"! Era como se o universo estivesse desabando sobre a minha cabeça. Eu já estava há três dias sem beber, sentindo todos os horríveis sintomas da crise de abstinência: tremores, depressão, suor frio, dor de cabeça...

Para mim, ter entrado naquela sala foi a suprema humilhação. Eu sabia que, no dia em que voltasse a A.A., estaria decretando a minha falência definitiva como ser humano. Meu orgulho, minha auto-suficiência intelectual, minha crença no poder da mente, tudo fora absolutamente inútil na minha luta insana contra o primeiro gole. Admitir a minha impotência perante o álcool, reconhecer que tinha perdido o domínio da minha vida, aceitar minha insanidade e, principalmente, acreditar que um Poder Superior poderia libertar-me dela, tudo isso era demais para mim. Eu sabia tudo sobre o alcoolismo porque lia tudo a respeito e já conhecera a Irmandade, mas sempre me recusei a aceitar que eu era portadora dessa doença.

Aquela noite foi a mais longa da minha vida. Morava sozinha e, da janela do apartamento, via os botecos onde costumava beber todas as noites. Consegui "ouvir" o tilintar dos copos e as risadas, apesar da distância (moro no oitavo andar). Via, num desespero total, aquela ilusão de felicidade se desenrolar diante dos meus olhos cheios de lágrimas. E o "canto da sereia" da fuga e do esquecimento que o álcool me proporcionava, soou aos meus ouvidos: "Talvez eu possa me controlar hoje. Tomar uma ou duas cervejas vai me ajudar a dormir..."

Uma sensação de extrema solidão me invadiu. Eu sabia que, naquele momento, te­ria de tomar a decisão mais difícil da minha vida. Mais difícil ainda do que a ida àquela reunião pedir ajuda, naquela mesma noite. E então percebi o quanto o álcool era um poder superior para mim. Sozinha eu não poderia ganhar a briga contra ele. Só um outro Poder Superior poderia me ajudar. E como foi difícil dizer esta minha oração: "Deus, eu não sei quem você é, eu não sei onde você está, mas, se puder fazer alguma coisa por mim, ajude-me a não sair de casa agora" .

Não sei como peguei no sono naquela noite. Lembro-me de ter chorado muito. Ao acordar na manhã seguinte, senti uma alegria imensa por ter vencido aquela primeira batalha contra mim mesma. E agradeci a um novo Poder Superior, que começava a se delinear em minha mente, por ter estado comigo no meu pior dia sóbria. Descobri que eu poderia, um dia, afinal, encontrar dentro de mim o que sempre procurei: uma Fé que funciona.


Nicia/SP

quarta-feira, junho 15, 2011

"Como previnir o uso de DROGAS"

Olá, meu nome é Davi e eu sou um dependente químico em recuperação e estou limpo a 6 anos 5 meses e 14 dias só por hoje...
Hoje gostaria de poder ajudar alguns familiares e co-dependentes com meu depoimento, falarei com propriedade nas minhas experiências com uso abusivo de drogas.

Ainda me pergunto se poderia ter feito diferente, pois no meu caso acabai experimentando por curiosidade e por outras pessoas que iriam experimentar também, amigos e colegas. Porém nem todos tinham a mesma pré-disposição que eu tinha, a minha compulsividade e minha obsessão, sempre dizia sim novamente em quantos alguns somente experimentaram. Acredito que a amizade e a curiosidade são fatores que influenciam bastante os jovens a experimentar "vamos ver como é que é", "só vamos experimentar", "não pega nada". Essas são as coisas mais comum de se ouvir...
Acredito que o dialogo em casa e o acompanhamento dos pais são de estrema importância para a prevenção, mas cito o meu caso, meus pais sempre me ensinaram o certo e o errado, sempre me colocaram nas melhores escolas e sempre tive muito amor deles. Ai você me pergunta: Por que você foi usar droga? E eu te digo, não sei!!!! Simplesmente experimentei e alguns meses depois achava a coisa mais normal do mundo fumar maconha... Não me dei conta do caminho que estava seguindo!!!
A curiosidade é uma coisa que praticamente está no ser humano, o diferente e muitas vezes o errado da uma vontade de saber como é, me dava uma sensação de Liberdade (de que posso fazer o que eu quiser  "escondido Claro"), pura ilusão, idiotice!!! Acredito que para me prevenir eu teria que ter dado prioridade para os meus verdadeiros amigos, para meu irmão que sempre conseguiu diferenciar o certo e o errado muito bem, isso significa princípios; deixei os meus de lado pela curiosidade e achando que iria ser melhor que os outros, que seria uma super vitamina (me deixando mais forte, mais bonito e mais inteligente) fui muito inocente achando que estava fazendo a coisa certa para mim, que "não pega nada" pois acreditava que poderia parar quando eu quiser. Acredito que minha rotina de balada de 2ª a 2ª ajudou muito a desenvolver minha adicção pois ficava muito tempo fora de casa e esquecia dos princípios que meu pai ensinava desde criança.
Me colocando em algumas situações para vocês.

1- Eu quase nunca parava em casa" Eu entrava tomava um banho e já saia novamente, as vezes para ninguém ver o meu rosto ou para não sentir o cheiro da droga.

2- Quando estava em uma festa, usava o banheiro com muita frequência e as vezes saia uma ou duas vezes para comprar alguma coisa que não tinha necessidade (saia para usar ou comprar).

3- Fui me afastando dos amigos e de pessoas que não usavam, sempre andei com pessoas que usavam drogas (se meus amigos usam porque eu não... se liga).

4 - Tinha dificuldade para cumprir horários de compromissos ou muitas vezes não aparecia.

5- Rangia os dentes quando usava cocaína, e usava muito o banheiro pois descontrolava meu sistema imunológico.

6- Nunca tinha dinheiro, e na minha casa eu pegava dinheiro escondido de todos, sempre sumia 10 ou 15 reais da carteira do pessoal (eu roubava).

Espero que possa ser útil e que ajude os leitores, familiares e co-dependentes.

Sei que minha doença não tem cura mas sei que existe tratamento e o tratamento é me manter limpo, frequentar uma sala de auto ajuda, encontrar o seu poder superior seja ele qual for, e por acreditar nisso que estou limpo hoje e isso para mim foi a coisa mais importante que eu fiz hoje!!!!

Agradeço a todos e desejo para vocês boas 24 horas, só por hoje "Funciona".....

quinta-feira, junho 09, 2011

"DEPOIMENTO DE UMA MULHER RECUPERADA"



    Recordo-me com clareza das noites em que acordava com as brigas dos meus pais e da profunda tristeza que sentia. Meu pai perdia todo o dinheiro no jogo e passava as noites fora de casa, no entanto, era uma pessoa calma e eu sempre o amei muito, mas minha mãe era amarga, dava-nos pouca atenção e tinha o costume de quebrar as coisas dentro de casa. Foi em meio a estes acontecimentos que no meu interior começou a nascer um sentimento de aversão pela minha mãe. Brotou em mim o desejo de machuca-la tanto quanto ela me machucava, porém, era tímida e não tinha coragem de enfrentá-la. Tinha então mais ou menos onze anos de idade.
    A vida continuava o seu curso e, eu, permanecia presa em minhas frustrações e derrotas, até que na escola passei admirar os cabeludos, os roqueiros, viciados em drogas, pois eles me pareciam pessoas fortes, corajosas, destemidas, logo, decidi ser como eles e fui em busca da coragem, da força que supostamente imaginei encontrar nas drogas. Passei a freqüentar as danceterias, entre os quatorze e quinze anos, lá bebia muito a ponto de ficar caída na rua a noite toda. Contudo, bebedeira é algo deprimente e não dá “status”, então passei a fumar maconha e esta deixava-me sonolenta, sentia-me lerda e desejei algo mais forte, que produzisse efeito contrário, que despertasse meu cérebro, por isso, propositadamente, envolvi-me com um rapaz que usava ácido e anfetaminas (drogas de farmácia) e tomava uma média de dez comprimidos por dia, havendo, porém dias que ingeria trinta drágeas. Enquanto isso, em casa, o meu relacionamento com a família piorou, brigas horríveis passei a ter com eles,  então voltei para Santo André e fui morar com minha avó, entretanto, a simples mudança de lugar não contribuiu para o fim do meu vício.
    Continuei a fazer uso de “bolinhas” e rapidamente entrei para a turma dos “Piratas” que era formada por uns vinte roqueiros do bairro que além de usarem drogas, faziam pequenos furtos como toca-fitas de carros, cantinas de escolas, bares e até mesmo a secretária da Igreja Católica do lugar, foi surpreendida com o furto de suas máquinas de escrever e de xerox, mas apesar de alguns atos injustos praticados por mim, nunca fui presa pela polícia, sedo somente revistada por ela.
    Como sempre, a insatisfação se fez presente e a turma passou a usar drogas injetáveis (prefiro não dizer os nomes), as quais destilávamos e aplicávamos nas veias dos braços com agulha grossa que fazia um rombo nas mesmas e depois de três ou quatro “baques” (injeções de drogas) a veia sumia e por isso acontecer, passávamos a injetar nas veias das pernas e dos pés. Quando as veias finas estouravam, o líquido injetado fazia inchar e muitos de nós ficávamos com feridas nos locais das aplicações. Uma vez, minha mão ficou dias e dias parecendo uma bola de tanto que inchou. Confesso que tive muito medo. Além disso, um integrante da turma, depois de um “baque” não voltou mais ao normal. Passei, então, a ter medo de enlouquecer, de perder algum membro do meu corpo, mas. Ainda assim, ansiava pela morte. Tinha uma válvula do meu coração entupida e quando alguém tomava um “baque” em minha frente, passava mal e eu tomava um bem mais forte, e enquanto sentia o líquido entrando em meu corpo fechava os olhos e o imaginava percorrendo por toda minha corrente sangüínea. As vozes das pessoas ficavam cada vez mais distante e eu só desejava a morte que não vinha e eu me perguntava se Deus existia. Por que Ele me poupava?
    Continuei no submundo da vida, passando semanas na rua, sem comer sem banho e quando o sangue provocado pelos “baques” constantes que me injetava, escorria pelo meu braço, pingando no tênis, tentava impedi-lo limpando-o na calça e dormia em qualquer beco, cômodo, debaixo de marquises, até que passamos a usar cocaína, a arrumar brigas pesadas com a turma dos “Carecas” e dos “Punks”,  roubávamos, ouvíamos rock pesado. A overdose chegou em nosso meio, um da turma morreu dessa forma, outro, morreu em uma briga, mas a morte de um amigo (não quero citar nomes), um rapaz calmo, quieto, meu amigo, chocou-me muito, foi morto a facadas pelo novo integrante da turma. Isto se deu enquanto estava internada em uma  Clinica Psiquiátrica. Quase enlouqueci, eu que nunca tinha parado para questionar seriamente minha vida, minha turma de “amigos”, agora perguntava-me onde estava o companheirismo, a amizade entre nós, já que alimentávamos a idéia de mudar o mundo tão duro e notei, naquele momento, que éramos iguais a ele. Continuei internada na Clinica e tomava tantos medicamentos permanecendo dopada quase que o tempo todo. Conseqüentemente, tive uma crise que durou dias e dias, fiquei toda torta, minha mão colou debaixo de meu queixo, foi horrível... mas, ainda assim, saí de lá e voltei às drogas.
    A minha vida continuou sem sentido e parti para a segunda internação, desta vez em São Paulo, no Hospital Psiquiátrico de Vila Mariana. Lá passei dias impregnados pelo desespero, tomava remédios fortes, conversava muito com os médicos, contudo, presa ao vício continuava. Porém, foi neste momento tão difícil, diante daquele meu estado tão lastimável que vi como minha mãe ficou abalada. Até então, pensara o contrário. Sempre achei para ela eu não existia.
    A vida começou a ter um certo significado para mim com essa nova descoberta, até um amigo apareceu dizendo haver “Casas de Recuperação Evangélicas” e depois de algum tempo de espera, fui enviada para a “Missão Ebenézer” em Praia Grande, SP. Uma obra de evangelização e recuperação de Toxicômanas, mas eu não sabia direito como agiam os “crentes” e fui com um certo receio. Lembro-me de uma noite, quando lá já me encontrava alojada, em que acordei amedrontada com aquele povo orando em voz alta e tentei ir embora, achando que era um bando de fanáticos, no entanto, fiquei fascinada com o amor que presenciei, na atitude daqueles que dão a vida para ajudarem outros a levantarem-se das cinzas e serem transformados pelo amor de Deus em novas criaturas. Muitas pessoas falam de amor, poucas se dispõem a viver o amor.
    O amor de Deus desceu sobre minhas mágoas e tristezas com ungüento suave. A verdade que salva, penetrou em minha alma e vi o amor de Deus por mim, através da morte na cruz e do sangue vertido de Cristo, o Cordeiro de Deus que purifica o homem e a Ele me entreguei.
    É com alegria que declaro ser hoje, dirigida por Deus, aquela que caminhava a esmo já não existe mais, pois Deus fez de mim uma pessoa transformada e vitoriosa em Cristo Jesus. Caminhar com Ele é extremamente bom, conheço, agora, a alegria verdadeira e se antes ansiava pela morte, hoje anseio pelo dia em que me encontrarei com o meu Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

quarta-feira, junho 08, 2011

"UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO"

Não quero falar aqui de minha adicção ativa, do que e quanto consumi. A estória de qualquer adicto é a mesma: sofrimento. Fiz insanidades da mesma natureza de qualquer um e coisas que me arrependo. Não sou melhor nem pior que ninguém: somos iguais e precisamos estar limpos só por hoje. Quero falar da esperança.
         Demorou para entender que havia, por anos a fio, jogado minha vida fora. Quando iniciei meu tratamento, percebi que meus valores estavam completamente deturpados. Chorei muito ao ter consciência de tudo o que fiz e de minha impotência perante às drogas e aos meus defeitos de caráter. O sentimento de culpa, remorso e tantos outros se misturavam aqui dentro. Como olhar para minha filha de oito anos e dizer que destrui seu porto seguro, sua família? Como olhar para as pessoas e dizer-lhes que tudo era uma farsa? E a mim? Foi difícil me perdoar e entender que não apenas tinha uma doença mas que a cura estava aqui dentro. Uma cura difícil, feito dia após dia, sem garantias de que ela seria contínua por toda minha vida.
        Após entender e aceitar tudo isso, fui resgatar meu amor próprio, minha autoestima, minha fé. Pulei no escuro, na incerteza, mas sabia que a vida sem drogas jamais poderia ser pior do que com drogas.
        Não vou dizer que foi fácil, que eu busquei inicialmente o tratamento. Fui para uma internação porque era minha única opção. Fui por não ter escolha. Ainda achava que poderia retomar minha vida aqui fora normalmente (quanta insanidade).
         Na primeira visita, muita emoção. Ainda estava desnorteado. Na segunda,  minha esposa pediu o divórcio. Me lembro que disse "tudo bem", que não poderia forçar alguém a ficar comigo. Ao final desta visita, fui para o meu quarto e fiquei equacionando as coisas em minha vida:  estava com minha vida profissional incerta, pois não sabia como seria meu retorno: duas das escolas que trabalhava não apenas sabiam do meu problema e de que estava fazendo tratamento como se dispuseram a me reintegrar novamente; meus filhos ainda sofriam muito e estavam meio distantes; meu casamento estava terminado; meus pais e meus irmãos, embora torcessem por mim, não tinham muito o que fazer, só eu.
       Muitos sentimentos ruins tomaram conta de mim. Chorei, me desesperei, tive vontade de desistir, achava que não conseguiria dar a volta por cima. Várias pessoas foram fantásticas e me ajudaram bastante a estar aqui hoje, dizendo que mesmo quando estamos no fundo do poço, basta olharmos para cima e veremos Deus, prontos para nos ajudar. Reaprendi a ter fé, a buscar forças quando achava que não as tinha, a ser radical em meu amor próprio, a não ter meio termo em recuperação, a acreditar que poderia ter minha vida novamente.
       Foi aí que muita coisa aconteceu: na minha visita aqui após oito meses de internação (uma semana e, após, o retorno para concluir o tratamento), Deus restaurou tudo em minha vida. Minha fé, meu amor próprio me foram devolvidos; fui às escolas que trabalhava e elas me disseram que estavam de portas abertas, esperando que eu terminasse meu tratamento; passei uma semana com meus filhos na casa de minha mãe, minha família me acolheu de forma excepcional e meu casamento foi restituído.
       Se eu disser que reconquistei tudo novamente estaria mentindo. Deus me tirou da sarjeta e recolheu com carinho tudo o que eu jogara fora. É como se ele dissesse "vês, o que precisa mais?". Me senti Jó.
       Ao retornar para a Fazenda a fim de concluir meu tratamento, fui radical. Foi aí que entendi que não havia mais sentido naquela vida vazia que tinha. Era trocar tudo por nada, tudo o que era de mais valioso por nada, apenas alguns minutos de prazer e, este prazer era apenas inicial, pois no fim, não havia mais nenhum prazer, apenas sofrimento.
     Hoje, após pouco mais de dois anos e meio limpo, estou em um bom momento. Aprendi, a duras penas, que sobriedade não é apenas "estar limpo", mas ter equilíbio nas ações, posturas e sentimentos. Entendi que o perdão tem que partir inicialmente de mim para mim e que ser honesto é fundamental. Reconheci que quando minto para alguém, estou mentindo é para mim mesmo. Não quero ser "santo" ou o melhor, mas quero fazer o dia de hoje melhor do que ontem e, só por hoje, acreditar que estarei bem e limpo pelo resto de minha vida, apenas por hoje.


Jorge Alberto 

domingo, junho 05, 2011

"ÁLCOOL O ESTIMULADOR"

Hoje comentarei sobre um assunto fundamental em recuperação a "Pré disposição e o Estimulador...."
O que quero falar hoje não é sobre meus momentos de fundo de poço ou de alucinações que tive, e sim, de um fator muito importante para me manter em abstinência; o remédio para minha doença. Não vou dizer sobre a mudança de atitude e de comportamento, a base para quem quer mudar tudo na vida.

Todo dependente químico (Adicto) tem a sua substância de preferência. Prefiro chamar de droga de preferência porque é uma droga mesmo. Essa preferência nada mais é do que a droga que a pessoa mais usa, aquela com a qual o Dependente Químico se identifica mais. No meu caso são duas o Crack e a Cocaína.
A mais importante atitude que devo tomar para permanecer remediado é ter a consciência do que posso e, principalmente, do que não posso fazer para manter distância de minha droga de preferência. A cocaína como toda droga incluindo o álcool, me deu momentos inexplicáveis de alegria no começo da minha adicção.

Sempre acreditei que meu único problema era a cocaína e o crack, claro, eu estava errado! Além do meu comportamento autodestrutivo tinha como dizem alguns o gatilho para chegar até o fundo do poço.

A bebida alcoólica, em minha opinião, por ser lícita e até glamourosa, é o pior de todos os gatilhos.

Se estando sóbrio já sou super orgulhoso, imagina com uns goles a mais. Transformo-me no rei! Insaciável, indestrutível, inatingível. Nada podia me parar! Mal sabia que eu já estava parado. Parado na evolução como ser humano, como ser espiritual.

Não tinha traficante, boca , polícia, amigo, família, namorada que pudesse me segurar. Era hora de cheirar. Mesmo não estando com vontade, ou melhor, mesmo estando com minha vontade mascarada, depois de tomar umas era só uma questão de tempo e lá estava eu de novo alimentando meu desejo mais podre.

Depois de passar por uma vivência em N.A aprendi que embora o álcool não seja minha droga de preferência, é a alavanca para criar uma bola de neve ele estimula minha compulsividade para a droga.

Tive que saber do meu real limite. Saber até onde posso ir saber exatamente o que posso e o que não posso fazer. Respeitar meus limites nada mais é do que ser disciplinado, ser coerente com as minhas metas e obrigações. Para mim, o Dependente Químico tem que ter medo, aliás, é bom que também tenha medo quem não é dependente. Não ter medo é irresponsabilidade, e é o primeiro passo para quem não quer se manter limpo.

Agora fica fácil entender porque o álcool é um estimulador. A bebida me deixava sem medo, ou melhor, sem responsabilidade, e quem não tem responsabilidade não tem limites e eu sem limites volto a ficar doente, volto para a ativa. Saber disso é o que me torna consciente e consciente me torno digno.

“Só por hoje agradeço a deus por conseguir me perceber”.
Boa 24 hrs á todos.

terça-feira, maio 31, 2011

"EXPERIMENTANDO O SUCESSO"

Estar limpo hoje continua sendo a coisa mais importante da minha vida.

Porém tem muita coisa acontecendo que quero compartilhar com vocês leitores.

Estou desfrutando de um mometo em minha vida profissional que até alguns anos atrás achava impossível poder desfrutar. O SUCESSO PROFISSIONAL...

Após a jornada de "reconstrução e mudança" em minha vida, adotei alguns princípios como comprometimento, dedicação, motivação, foco e persistência. Percebi que criando um elo com esses fundamentos o resultado se chama sucesso. E isso tem sido de grande importância, pois tenho um cargo de extrema responsabilidade na Empresa que trabalho.

Na ativa mal conseguia chegar na hora em meu emprego, não era um funcionário dedicado e ficava bravo se tivesse que ficar 10 minutos a mais do meu horário. Hoje acredito que estou maduro o suficiente para ir em busca dos meus sonhos, não existem mais barreiras nem limites, acredito e sou capaz de engolir dois leões por dia se for necessário para me realizar profissionalmente e deixo claro que para isso não é necessário ser desonesto, traíra e nem puxa saco. Bastou mudar o foco e saber o que eu quero para minha vida. Em nenhum momento achei que seria fácil, pelo contrário achei que seria difícil ou que seria incapaz de fazer, mas não queria vivenciar mais uma frustração em minha vida.

Na ativa eu entrava já derrotado, fracassado e incapacitado!!! Fujia, inventava desculpas ou simplismente mentia... Graças a Deus não consigo ser mais assim, acostumei meu organismo e minha vida a ser diferente profissionalmente e com as atitudes que tenho feito e que continuarei fazendo espero poder voar ainda mais alto.

É possivel mudar, crescer e vencer - Só Por hoje funciona "acreditar".

sexta-feira, maio 27, 2011

"NUNCA É TARDE PARA VIRAR O JOGO"

Meu nome é Davi Palante e sou um Adicto (Dependente Químico) em recuperação estou limpo à 6 anos, 5 meses e 25 dias, mas o importande que é estou limpo hoje!! Isso foi a coisa mais importante que fiz hoje..

Quero falar hoje sobre o quanto isso tem feito a diferença na minha vida, como vale a pena estar limpo (abstinência 100%), conquistei muita coisa em recuperação, dignidade, independência financeira, amor próprio e o mais importante conquistei minha FAMÍLIA. Isso significa muito pra mim.

Posso entrar e sair onde eu quiser, tenho crédito na praça!!! Ufa... foi foda conquistar tudo isso novamente! Mas limpo consegui me adaptar a vida novamente, pois quando estava usando era muito difícil me organizar, ter comprometimento e dignidade tinha muitos problemas com horário era ausente em casa com a família - "não participava", marcava cinco coisas com pessoas diferentes e não comparecia a nenhuma, me isolava para cheirar ou para fumar um "mescladinho".

Quanto passei o processo de abstinência fui voltando a realidade e senti um back muito forte, pois percebi o tempo que perdi usando droga. Mas fazer o que agora?.....Mudar.....Voltar a Viver.......Sonhar novamente......Crescer..... e muito mais!!! Ainda estou descobrindo coisas maravilhosas nessa vida... Hoje sou pai, amo meus filhos tenho uma esposa maravilhosa, uma família EXTRAORDINÁRIA ...

Emfim sou Adicto e não posso mudar isso!! Conheci uma nova maneira de viver com N.A, posso me considerar uma pessoa iluminada....

O QUE ESTOU TENTANDO DIZER É QUE VALE MUITO A PENA "PARAR".


VAI SOFRER ATÉ QUANDO?


SE EU CONSEGUI PARAR DE USAR:
lança perfume, cola, benzina, álcool, maconha, cocaína, pedra , bolinha, estasy, mesclado, freebase e mais uma lista gigante......

POR QUE VOCÊ NÃO PODE?


Só depende de você... Pare.....Pense...


"NUNCA É TARDE PARA VIRAR O JOGO"
Agradeço a DEUS e  desejo a todos bons momentos, só por hoje...

terça-feira, maio 24, 2011

"RELATO"

"Meu nome é Veriano - eu sou um dependente químico em recuperação - graças a Deus".

Dezessete anos foi o tempo em que vivi nas drogas. Há dois anos acordei para a vida - estou limpo.

Participo do Programa de Recuperação ao Dependente Químico do GRUPO DE FRATERNIDADE ESPÍRITA JOÃO RAMALHO em São Bernardo do Campo - SP.

Gostaria de voltar há alguns anos para falar sobre a minha recuperação.

Aos 15 anos conheci minha 1ª dependência, que se deu pela liberdade de usar o dinheiro do 1º trabalho. Me achava dono da razão e com isso me enganei plenamente. E hoje estou aqui dando este depoimento.

Comecei a usar a 1ª droga, conhecida como "bolinha", que na área médica são Anfetaminas; mas, no mundo das drogas são bolinhas mesmo, misturadas ao álcool.

Álcool... maconha... cocaína... e crack.

Mas a droga de eleição foi a cocaína - a que eu mais gostava, a que mais me dava prazer. É por isso que estou aqui - por causa dela. É um "amor" e uma necessidade tão grande e intensa, que para se livrar você precisa de outras pessoas.

Você precisa do amor mais forte de outras pessoas para lhe dar confiança e prazer naquilo que você quer e deseja fazer na vida.

Quando eu procurei ajuda e me aceitei como dependente químico - me ajudaram - porque eu estava disposto a ser ajudado.

Essa ajuda veio do Ambulatório de Saúde Mental de SBCampo - SP (grupo de recuperação médica-psiquiátrica), e do grupo de apoio ao
dependente químico do G. F. Espírita João Ramalho.

Com toda dependência adquiri seqüelas de aprendizagem e memória, nada mais grave, graças a Deus.

O que eu procurei nas drogas e nunca achei em 17 anos, hoje em dois anos limpo, encontrei no carinho de minha filha com 10 anos, esposa e amigos que estão do meu lado procurando ajudar.

A primeira coisa que fiz quando decidi parar com as drogas foi a reparação junto da família - uma grande alegria para mim.

Seguir os de 12 passos de recuperação é como aprender a ler e escrever. É para seguir e com certeza ser feliz. É aceitar a doença, acreditar na saída, se cuidar de boa vontade, se conhecer prá valer, reconhecer as falhas, trabalhar e vencer o orgulho, reparar, reparar, reparar, pedir a Deus proteção e compartilhar.

Foi válido ter conhecido as drogas, porque hoje me tornei uma pessoa melhor.

Se esse era o caminho que estava proposto para mim, eu o percorri com dignidade; prejudiquei a mim mesmo e hoje estou passando adiante aquilo que eu não gostaria que ninguém passasse - porque é muito dolorido viver nas drogas.

Então, vamos ter consciência e paciência, porque se eu tive essa chance de recuperação, com certeza todos dependentes e co-dependentes, terão essa oportunidade.

É só ter firmeza no que está fazendo, no que deseja, amar e aceitar quem está lhe dando a mão.
Se isso não acontecer você chega no limite, e limite para dependente químico é cadeia... é a morte.

Muito obrigado e 24 horas de sobriedade a todos".

domingo, maio 22, 2011

"ENTENDENDO MINHA DOENÇA"

UMA DOENÇA:
De acordo a Organização Mundial de Saúde – A dependência química e reconhecida como uma doença. Uma doença é uma alteração da estrutura e funcionamento normal da pessoa, que lhe seja prejudicial. Por definição, como o diabete ou a pressão alta, a doença da dependência não é culpa do dependente; o DEPENDENTE somente pode ser responsabilizado por não querer o tratamento, se for o caso. Dependência química não é simplesmente "falta de vergonha na cara" ou um problema moral.
MÚLTIPLAS CAUSAS:
As dependências químicas não têm uma causa única, mas sim, são o produto de vários fatores que atuam ao mesmo tempo, sendo que, às vezes, uns são mais predominantes naquela pessoa específica que em outras. No entanto, sempre há mais de uma causa. Por exemplo, aprendi que existe uma predisposição física e emocional para a dependência, própria do indivíduo. Vivendo como um dependente, você acaba tendo uma série de problemas sociais, familiares, sexuais, profissionais, emocionais, religiosos etc., que são conseqüência e não causa de seu problema. Portanto, as causas são internas, não externas. Problemas de vida não geram dependência química.
EM MINHA VIDA:
Com minha conscientização sobre a Dependência Química senti a necessidade de me aprofundar um pouco mais no assunto. Tentar entender minha doença.
Não sabia se conseguiria me adaptar ao tratamento, pois minha vida nos últimos 13 anos era totalmente voltada ao uso de drogas e ficar sem ela era algo que parecia ser impossível. A palavra “Nunca Mais” doía muito. Porém eu sentia um DESEJO enorme de me livrar desse mal. Fui aos poucos me adaptando ao tratamento, encontrei um grupo de auto-ajuda “N.A (Narcóticos Anônimos)” e isso salvou minha vida... Aprendi os 12 passos e comecei a adaptar em minha nova vida.
Hoje estou renovado e cada vez mais fortalecido. Sei que minha doença não tem cura, mas é meu dever trata - lá, pois fazer de conta que ela não existe e burrice....
“Só por hoje vou continuar acreditando em meu tratamento”.

sexta-feira, maio 20, 2011

"Lembranças de minha infância"


Fui menino tímido, nascido no interior. Morava no sítio com meus avós e com meus pais. Todo mundo em uma mesma casa. Desde 14/07/1978, que estou nesse presente neste mundo, minha infância foi tranqüila. Passava o tempo me divertindo, tomando banho de açude, jogando bila, bola, pedra, enfim fazendo o que uma criança que morava no sítio fazia nos idos anos da década de 80.

Naquela época, TV era luxo. Poxa, ainda lembro do monte de gente que vinha lá pra casa assistir televisão. A Copa de 82, 86, não esqueci.

Entretanto, lá pelo fim dessa doce infância, aconteceu um fato que marcaria a fase mais difícil de minha vida. Sim, isto mesmo, a minha adolescência!

Veio o dia em que subitamente tive que encarar a separação de meus pais. Isso para a minha mente infantil foi difícil, uma tremenda batalha. Era difícil encontrar respostas para tantas indagações. Aquilo trouxe-me uma revolta. Queria vingança!

Passei a morar com a minha avó, quer dizer, sem a presença de meus pais. Meu pai foi embora para Salvador-BA, minha mãe foi morar na cidade (Janduís). Vinha me visitar nos finais de semana. Embora inserido nesse contexto tumultuado, era um garoto aplicado na escola. Muito cedo aprendi a ler. Desvendar o maravilhoso mundo que há nos livros. Comecei por causa de minha mãe que lia as revistinhas em quadrinhos para eu dormir e isso sob a luz de lamparina.

Quando estava com 14 anos, já vivenciava as primeiras paixões próprias da fase, as festas, os amigos, a turma que me identificava. Depois veio a descoberta das drogas; primeiro as bebidas tidas como “licitas”, o cigarro, tudo veio de maneira sorrateira, sem pretensão, contudo, mais tarde se tornaria um hábito, bem como veio a ser tornar um vicio as drogas.

Minha vida foi afundando pouco a pouco, é uma transformação lenta, as coisas não acontecem de forma brusca, quando você percebe já existe uma dependência, essa dependência te faz desejar a qualquer custo ter a droga! Repito: a qualquer custo! Você perde a razão. Lembro-me que muitas vezes prometi para mim mesmo que não mais me drogaria! Contudo a promessa não resistia ao primeiro convite para mais um trago, mais uma noitada de álcool e drogas.

Nós éramos um grupo que se destacava. Em nossa comunidade as pessoas já nos identificavam como “ maconheiros”, talvez a segunda pior coisa de quem está nas drogas seja a discriminação das pessoas. Talvez, elas não encontrem outra maneira de se defenderem ou quem sabe, não imaginam que poderiam ajudar agindo de outra forma.

Cheguei ao extremo do submundo das drogas! Andei bem próximo de uma overdose, porém, acredito que Deus tinha (e tem) um plano em minha vida e depois que Ele me alcançou com o seu amor eu pude entender.

Hoje, uma década após tudo aquilo, agradeço por ter tido um encontro pessoal com Cristo. Ele mudou meu viver! Sou feliz e vivo uma nova vida nele. Cristo se tornou a razão de minha existência!

Se fosse detalhar os fatos, a forma como tudo aconteceu, pode ter certeza que um livro seria pouco, mas resumindo muito, ai está uma pequena partícula do que seria um relato de minha vida.

L.Costa...

terça-feira, maio 17, 2011

SOU UM ADICTO?

Descobrir as respostas para estas perguntas pode ser mais difícil do que a gente imagina. Na maioria das vezes não acreditamos realmente que poderíamos ter um problema com drogas ou álcool simplesmente porque julgávamos possível controlar seu uso no momento em que quiséssemos. Somos auto-suficientes e temos pleno e total controle de nossas vidas. Afinal, estes problemas só acontecem com os outros. Pena que as coisas não sejam bem assim. A verdade é que a própria droga não nos deixa ver que não estamos mais no controle da situação, ela nos leva a encarar o uso como estando dentro daquilo que determinamos, seus efeitos começam a alterar nossa própria percepção dos limites que havíamos nos imposto. Atingimos então um estágio em que, ao invés de controlar seu uso como havíamos determinado, estamos nos justificando, buscando razões que nos façam acreditar que ainda estamos no controle da situação. Lentamente passamos da condição de condutor para a situação de conduzido. A doença não se manifesta de forma clara a princípio. Ela é insidiosa, penetrando lentamente, de uma forma que não nos permite avaliar as próprias mudanças que estamos sofrendo. Somos incapazes de perceber que já não somos a mesma pessoa. Nossos atos, disfarçados pelas mais diversas justificativas, já não são ditados por nossa própria consciência, todas as nossas atitudes mudam com um único objetivo : obter mais e mais.

O QUE É ADICTO?

Um adicto é simplesmente aquela pessoa cuja vida é controlada pelas drogas. Sua vida e seus pensamentos são centrados nas drogas, de uma forma ou de outra, vivem para obter, usar e procuram todas as maneiras e meios de conseguir mais. O adicto usa para viver e vive para usar. O adicto sofre da inabilidade de aceitar responsabilidades pessoais, sendo incapaz de encarar a vida tal como ela é. O adicto continua usando, mesmo quando as drogas cessaram de lhe fazer sentir bem. É alérgico a drogas mas mesmo assim continua sentindo-se atraído por elas. O que caracteriza um adicto é a sua realidade nas drogas(comportamento), e não a quantidade que usa. A negação é um aspecto preponderante da doença da adicção. A negação impede o adicto de enxergar sua própria realidade e a realidade de sua doença. Romper com a negação não permite ao adicto uma visão clara para, então procurar soluções para seus problemas.
O adicto é impotente perante sua adicção. Aqueles que se descobriram adictos descobriram serem portadores de uma doença da qual não se conhece cura, uma doença progressiva, e potencialmente fatal.
Ao contrário de antigas crenças a adicção é uma doença do corpo,da mente e do espírito, passível não de cura mas sim de estabilização. A recuperação se inicia quando o adicto pára de usar todas as drogas, trocando-as pelo companheirismo de pessoas ativamente engajadas na recuperação. É possível então ao adicto ver um pouco de si mesmo em cada um dos outros e assim se permitir ser ajudado e ao mesmo tempo engajar-se na ajuda de outros.

sábado, maio 14, 2011

"ACEITAR QUE FOMOS VENCIDOS"

Essa é uma das coisas mais difíceis de fazer....

Para reconhecer isso sofri muito, pois não conseguia acreditar que estava acontecendo comigo. O ego e meu orgulho disseram (E agora, Fodeu...), dizer para mim mesmo que sou imponente perante a droga que nunca mais poderei beber ou dar um tirinho é "perdeu playboy",  foi doloroso e ainda é.

 Queria ser diferente, queria não ser um dependente químico! Por isso tenho e devo aproveitar o presente, fazer a diferença só por hoje pois o passado não volta e o futuro pode demorar a chegar. Quero e estou desfrutando uma vida nova, repleto de desafios e repleta de realizações.

Mas para tudo isso acontecer foram brigas e frustrações comigo mesmo, uma atrás da outra. Antes de me entregar de vez, tentei por inúmeras vezes fazer do meu jeito, achava que usaria somente de vez em quando isso foi pura ILUSÃO ou falta de atitude da minha parte não desejava parar. Quando essa vontade de mudar tomou conta de mim (devido as inumeras cagadas que fiz), descobri um desejo de fazer diferente de mudar, percebi que ainda tinha sonhos e que seria uma grande vitória conseguir realizar alguns deles.

Me entreguei de cabeça a Recuperação! Percebo que muitas vezes voltei a me perguntar sobre a Adicção, será que sou mesmo um adicto (Dependente Químico)? E por diversas vezes através de outros depoimentos sempre me mostravam que o passo principal para uma nova maneira de viver era assumir quem você realmente é!!! E eu sou o Davi Palante de Oliveira, mais um adicto em busca de recuperação só por hoje me mantenho limpo a 6 anos, 5 meses e 12 dias mas o mais importante de tudo é que eu estou limpo Hoje!!!

Agradeço aos seguidores, aos que visitam meu blog em busca de ajuda ou identificação, minha Família guerreira e a Deus.

Desejo a todos ótimas 24 horas SPH e o segredo estará na mensagem de amanhã!! Continue voltando pois como dizemos é SÓ POR HOJE.

sexta-feira, maio 13, 2011

"Uma nova forma de Viver"

A minha vida estava ingovernável e mesmo assim eu não admitia que fosse impotente perante o álcool, nem que sozinho não era capaz de parar.

Chamo-me Carlos, 38 anos, casado, e com uma filha de 14 anos. Embora esteja em sobriedade e/ou em abstinência há 6 anos, resolvi voltar a fazer o 1º Passo por escrito.

“Admitimos que erramos impotentes perante o álcool - que as nossas vidas se tinham tornado ingovernáveis.”

Sobe o efeito do álcool, coloquei em risco a vida da minha filha quando dirigi em contra mão ainda ela era bebe. Lidava com produtos químicos e altamente corrosivos; Constantemente colocava a vida de outras pessoas em risco.

Começaram as discussões em casa com a família e, como se isso não bastasse, vieram às tentativas de suicídio. Condução sobe álcool, dois acidentes, a mania de ser o maior.

Enquanto alcoolizado tratava mal as outras pessoas e as chamava de nomes obscenos, eu era o maior. Uma vez agredi fisicamente a minha esposa, mas ela voltou-se contra mim. Muitas vezes abusei dela sexualmente. Nunca fui agredido, pois, como era covarde, também não me metia com ninguém. Considerava-me uma pessoa violenta, mas não fisicamente, embora hoje tenha a noção que a violência verbal é tanto ou mais prejudicial do que a violência física.

Nunca precisei roubar para consumir álcool, pois eu tinha-o sempre à disposição. Com o decorrer do meu consumo exagerado fui faltando às aulas, comecei a falsificar as notas da escola, até que arranjei emprego, e fui sendo despedido de emprego em emprego até ao que tenho hoje. Se não o perdi, posso agradecer ao meu Poder Superior por ter andado com uma rede debaixo de mim. Mesmo assim, fui advertido várias vezes, pois trabalhava com peças de aviões e com produtos químicos.

Comecei a faltar ao emprego, pois as bebedeiras eram tantas e de tal ordem que no outro dia não me levantava. Os outros colegas de trabalho iam subindo na carreira profissional, mas eu não. Já bebia álcool durante as horas de trabalho, pois tremia e, sem álcool, não funcionava. Fui várias vezes pego dormindo no local de trabalho, era repreendido e dizia que sim senhor, mas voltava a fazer o mesmo. A minha família começou a queixar-se de maus tratos verbais, de gastar o ordenado e de não haver leite sequer para dar à minha filha que naquela altura era bebe.

Não admitia que me chamassem bêbado, pois eu “só bebia uns copos”. Bêbado não, e alcoólico, muito menos. Para quem já não funcionava sem álcool, para quem já as mãos tremiam por todo o lado, vejam só: alcoólico, não. Comecei a esconder álcool no emprego, no armário, no balneário e na mala da ferramenta. Os meus “amigos” eram companhias da pior espécie, pois eu só freqüentava as espeluncas. Era aí que eu estava com os meus e era aí que eu podia impor a minha vontade. Presentemente, tenho amigos que bebem socialmente, que sabem do meu problema, que me aceitam e ajudam.

Comecei a ter apagamentos de memória, a ir a festas só para beber. Apareceram as vertigens, os tremores e os suores frios. Bebia para fugir aos problemas, bebia para resolvê-los, bebia porque era tímido, bebia por tudo e por nada. Ainda houve um período em que tentei controlar o álcool e a verdade é que por determinado tempo consegui. Mas foi pura ilusão, pois voltei a beber. E de cada vez em maior o desespero. Financeiramente, dei cabo da minha vida e ainda hoje estou a pagar a fatura.

Se não tivesse conhecido Alcoólicos Anônimos já teria morrido, pois foi em AA que me devolveram a dignidade, a alegria e uma nova forma de viver. E só por hoje sou feliz e vou tentar viver e deixar viver.

Em AA espero mudar a minha maneira de ser, tentar ser honesto, humilde e, acima de tudo, ser uma pessoa diferente e em recuperação.

Carlos Z.

quinta-feira, maio 12, 2011

"B" - 22 anos, Fortaleza, CE

"Meu pai, meu herói"

"Essa é a história de um homem que venceu na vida! Meu pai veio de família humilde, trabalhou desde os 8 anos de idade como engraxate na praça da Sé para sustentar sua família de 4 irmãos, o pai e a mãe. Sua infância foi simplória, nunca teve brinquedos, nem muitos amigos, sempre foi muito introspectivo. Os anos de escola se passaram e ele começou a trabalhar na polícia e estudar para passar no vestibular.

Trabalhava de noite para pagar os estudos, cursava de manhã e não tinha tempo para estudar. Um homem caridoso resolveu lhe ajudar, pois seu sonho era ter um filho que cursasse direito, este homem resolveu então bancar o cursinho para que meu pai tivesse tempo de estudar.

O problema é que a paixão do meu pai era a MEDICINA, neste ano em que ele estudou bem, entrou na faculdade de medicina de Catanduva, para sua infelicidade era uma faculdade particular, ele não tinha como pagar, e o homem caridoso estava desolado quando soube que seu sonho não seria projetado.

Seus irmãos então o ajudaram a fazer a matrícula, pois trabalhavam na polícia. Ao chegar na faculdade então ele financiou o curso e pagou posteriormente com infinitos plantões em natais, feriados, finais de semana. Começou lá um estágio para custear sua vida em Catanduva num necrotério, ele disse que era assustador, alguns mortos se mexiam subitamente por ainda haver alguma circulação, aos poucos ele se acostumou.

Lá ele conheceu minha mãe, a primeira aluna da sala vinda do interior, mulher simples, que costurava suas próprias roupas, ajudava sua mãe em casa, e havia passado por um trauma, pois meu avó havia morrido de câncer.

Ambos se apoiaram um no outro, construíram uma vida juntos, vieram morar em São Paulo, trabalharam, juntaram um bom dinheiro para construir uma casa, casaram. Meu pai se meteu na política, pois queria ajudar aquelas pessoas que passaram um dia pelo mesmo sofrimento que ele, mas só conseguiu um cargo de diretor num bom hospital.

Às vezes somos fracos diante de tanta riqueza, desandou, conheceu outras mulheres, tinha o melhor carro do ano, o PODER corrompe as pessoas, meus pais se separam ainda quando eu tinha 4 anos, meu pai chegou a morar 3 meses na casa que ele construiu com tanto suor e amor! Saiu com as mãos abanando de que adiantava ser o TODO PODEROSO e não ter o amor dos próprios filhos.

Ele começou a beber, meu irmão nunca ia passar os finais de semana com a gente porque ele era um pouco mais maduro e soube da traição, eu desconhecia tudo! E ia morrendo de saudade ver meu paizinho, ele bebia, xingava minha mãe, me ofendia e depois fingia que nada acontecia no dia seguinte me comprava bonecas caríssimas e eu me contentava, mas ficava confusa! Ele casou-se novamente com uma das mulheres que ele havia traído minha mãe por que ela estava grávida! Foi morar num gueto perdeu o cargo, o carro já não tinha mais.

Os anos se passavam e ele esquecia de pagar a escola nunca esteve presente na minha vida sempre sofri com isso pelo desinteresse dele e eu não compreendia o que estava acontecendo apenas sentia raiva, achava que ele era o pior pai do mundo! Nasceu meu meio-irmão, minha luz, meu amorzinho, lindo, carinhoso que sofreu muito mais porque pelo menos eu podia voltar pra casa da minha mãe ele não!

Meu pai bebia 1 garrafa de 51 por dia, até o chefe do posto em que ele trabalhava começou a notar e os pacientes então sua carreira foi prejudicada! A mãe de meu pai sempre o alertou por causa do alcoolismo, mas ele num dava muita atenção até que um dia, minha avó morreu, vi meu pai então, de frente a maior tristeza de sua vida a mãezinha dele única pessoa no mundo que fosse o que fosse seus defeitos lhe daria um colo!

Ele piorou ainda mais teve várias tentativas para conseguir parar mas não porque ele queria, porque a família EXIGIA! Até que ele foi surpreendido com um exame de câncer de próstata em cito positivo! Hepatite alcoólica. Meu deus ali ele achou que a vida dele se acabaria. Por um milagre, o câncer estava em cito, foi retirado e não se espalhou à hepatite foi tratada e ele resolveu se internar.

Eu ia visitá-lo sempre, a família toda apoiou, os irmãos conseguiam conversar com ele normalmente depois de anos de embriaguez e ficavam surpreendidos com aquele homem. Meu irmãozinho tinha lágrimas nos olhos ao ir embora e deixá-lo sozinho na clinica, FOI TRISTE escutar ele gritando: não pai pai.

Triste ele o ama de um jeito inexplicável, pois aos seus 10 anos de idade, cuidava de meu pai como se fosse seu filho, chegou a carregá-lo pra cama depois das bebedeiras, dava comida na boca dele, escutava os insultos mudo, guardava dentro dele todo aquele mar de lágrimas que eu despejava quando chegava em casa. Os meses se passaram e ele saiu da clinica, começou a enxergar o mundo de outra forma.

Batalhou um novo lugar para o seu consultório, conseguiu imensa clientela, se estabeleceu com sua mulher que tanto cuidou dele a vida toda, demonstrando-lhe um enorme carinho, fez um sítio longe da cidade para poder descansar, ele acorda mais cedo nos fins de semana pra fazer café da manhã, começou a fazer aulas de inglês porque quer viajar para o exterior, aulas de informática, passou a me ligar todos os dias e se interessar pelos meus problemas pessoais e emocionais.

Me senti acolhida, pelo consolo, pela paz, aprendeu a jogar vídeo game com meu irmãozinho, trocou de carro, estamos com uma viagem marcada pra Cancun. Eu o admiro, o perdoou por tudo, porque ele soube corrigir seus erros e mostrar que aquele menino que engraxava sapatos hoje é um médico brilhante, um pai maravilhoso, um marido exemplar e MEU MELHOR AMIGO."

"Vicente" 55 anos.

Tratamento Alcoolismo

Meu nome é Vicente* (nome fictício), tenho 55 anos (...), sou casado e tenho dois filhos, um de 26 anos e outro de 10 anos. Tive problema com álcool. Experimentei mais ou menos aos 12 anos.

Foi com aquele licorzinho que havia dentro daquelas garrafinhas de chocolate.

No começo bebia com mais frequência no fim de ano, no Natal e ás vezes em aniversários. Aos 18, 19 anos mais ou menos comecei a beber depois do trabalho.

Namorei durante oito anos e casei. Durante dois anos de casado já bebia na hora do almoço, à tarde quando saia do trabalho e já não tinha mais horário para chegar em casa.

Pedi para trabalhar a noite porque tinha mais tempo para beber, foi quando começaram os problemas, tudo que eu tinha que fazer precisava tomar o primeiro gole, para criar coragem, para trabalhar, passear, etc.

Antes de beber tinha muito medo para enfrentar o dia-a-dia. E assim meu alcoolismo foi aumentando, era agressivo, principalmente em casa com minha família, mas não aceitava quando eles falavam que eu estava bebendo muito.

Até que veio a 1ª internação, a 2ª, a 3ª, a 4ª... Perdi muitos empregos. Quase veio a separação de minha esposa, enfim completamente dominado pelo álcool.

Foi quando descobri na primeira tentativa pelas internações que tive tentei e quis fazer este tratamento e deu certo, porque descobri dentro de mim a mudança.

Consegui perceber que eu posso viver muito bem sem depender do álcool, foi para mim um despertar muito forte.

Satisfação, gratidão. Posso viver e deixar os outros viverem principalmente minha família. Hoje eu agradeço a Deus e aqueles que me ajudaram a encontrar este caminho.

Só por hoje eu sou grato!

quarta-feira, maio 11, 2011

'R.L.S' 31 anos limpo hoje!!!

Apenas sou mais um cara que se perdeu nas drogas. Tenho 31 anos, comecei a usar drogas com 17 anos. Comecei fumando maconha, ia para salões de dança com pessoas que fumavam e comecei a dar um “peguinha” aqui, outro ali, e quando eu vi já estava fumando direto. Esse foi o primeiro passo, depois experimentei a cocaína. Cheirei uma vez e me deu aquela euforia e gostei, e sempre que tinha dinheiro ou algum "colega" que colocava pra cheirar, eu cheirava. Mas não era ainda a minha droga de preferência. Foi quando conheci o crack: fumei o meu primeiro mesclado, deu aquela sensação legal, mas que logo passa, e você quer mais, sempre mais e nunca esta satisfeito. Daí pra frente tudo começou a dar errado.


Eu tinha uma moto que meu pai tinha me dado para trabalhar, trabalhei certo tempo, depois parei. A droga não me deixava ir pra frente e comecei a fazer "rolo" com a moto, trocava e dali a pouco já fazia outra troca errada. O crack vinha acabando comigo, já tinha parado de estudar, já não ligava pra nada, arrumava um serviço, trabalhava um pouco já saia. Fazia algum curso e não terminava, nada dava certo: estava magro, acabado, feio, andando de qualquer jeito, vendendo as minhas coisas, acabando com tudo, com dívidas e mais dívidas, acabando com o patrimônio da minha família (que é meu também), e que mais tarde irá me fazer falta.


Tudo que é de ruim eu fiz. Meus pais ficando mal, já estavam perdendo a alegria de viver de tanto problema que eu trazia para eles. Já não obedecia mais o que eles falavam, não dava ouvidos, mesmo tendo sido eles a me livrar da morte por muitas vezes. Em casa também nada dava certo, só brigas com minha esposa, sendo que tenho uma filhinha de 2 anos e 3 meses, e ela vendo tudo isso acontecendo. Já não agüentava mais!


Quando um dia estava em casa dormindo por volta das 4h30 da madrugada e escutei minha mãe chamando, acordei assustado, pensei que tinha acontecido alguma coisa e atendi a porta. Ela entrou com o meu pai e perguntei se tinha acontecido alguma coisa, e minha mãe disse que nós íamos viajar, e quando perguntei para onde, entraram dois rapazes fortes e disseram:”você vai com a gente”. Eles eram do resgate da clínica e tornei a perguntar: "vamos onde?". E minha mãe falou: “eu vou te internar”. Na hora quis tentar reagir para não ir. É claro que minha primeira reação seria essa porque não esperava por isso, mas depois vi o bem que minha mãe estava me proporcionando, e que era para o meu bem. Fui com eles. Só me despedi da minha esposa, que ficou assustada com tudo, e da minha filhinha, e fui para a clínica. Até ensinei o caminho para os rapazes do resgate, que são ótimas pessoas.


Cheguei na clínica em Vargem Grande Paulista, o Centro Paulista de Recuperação, que salvou a minha vida. Lá tive todo o apoio necessário, com psicóloga, terapeuta, enfermeiros e boas amizades que lá fiz também; palestras, aulas de artesanato que me tornaram outra pessoa. Lá pude ver todos os males que a droga causa para a saúde, coisa que na rua, na ativa, eu não enxergava porque eu estava fora da realidade. Agora eu estou muito bem, estou em casa após o término do tratamento. Faço o acompanhamento fora da clínica para me dar um suporte para ficar bem.


As coisas andam bem, minha família mudou comigo, minha esposa também, agora posso curtir minha filha, estou fazendo artesanato, coisa que aprendi na clínica. Com isso ganho um dinheirinho, sou um novo homem, estou resgatando minha dignidade, meu caráter, honestidade, para ser o que eu era há muito tempo atrás. Demorei 31 anos para acordar para a vida. Quem sabe você, que esta lendo esse pequeno depoimento que estou dando, possa acordar antes e possa começar também a ver a vida como ela é.


Estar sóbrio dentro da realidade é a melhor coisa que existe. Nunca é tarde: não importa, seja você quem for, pobre ou rico, negro ou branco, se você quiser se livrar desse mal que aflige muitas pessoas de todas as classes nesse mundo inteiro, seja forte, vá em frente que você consegue! E nunca desista se você tiver um sonho! lute, porque você irá conseguir realizá-lo!


Nunca olhe para trás, que você vai ser um vencedor, e será muito feliz em sua nova vida e na sua caminhada. Isso é o que eu desejo para todos que estão em busca de sua melhora.


Um abraço e boa sorte para todos que puderam ler e ver um pouco da minha história. Nunca desista!

terça-feira, maio 10, 2011

REALIZAÇÕES E CONQUISTA LIMPO!

Sou uma adicto em recuperação a 6 anos, 5 meses e 8 dias só por hoje, e no decorrer dessa jornada de recuperação vou citar minhas principais vitórias e conquistas.
Após 3 meses limpo consegui concretizar um projeto que tinha a muitos anos e que não saia do papel, um projeto de Recreação e Lazer para Todos, um trabalho destinado a inclusão social, incluindo a pessoa com deficiência, crianças e jovens. Este tem como objetivo interagir através da atividade recreativa como jogos, brincadeiras e atividades do dia dia. Hoje o Projeto independente atende o público de diversas idades e diversas deficiências completamos 6 anos de trabalhos consecutivos com programações de diversos tipos.
Outra conquista de grande valor foi em meu relacionamento, minha noiva percebeu que eu tinha maturidade suficiente para que ela pudesse dizer “sim”, ‘eu aceito me casar com você’. Casamos-nos a praticamente 4 anos atrás e dessa união vieram a razão de tudo ser mais calculado e pensado, Leonardo e Cauê. A experiência de ser pai mudou ainda mais minha vida, tudo que faço hoje é pensando neles. Tenho mais ambição no trabalho, tenho mais força de vontade para acordar sedo e fazer as tarefas do dia, esses e outros motivos fazem com que eu tenha um baita orgulho da pessoa que me tornei. Não consigo pensar em nada sem que coloque eles como prioridade!
“Antes de entrar em recuperação me achava incapaz de realizar tanta coisa” acreditava que não podia, pois não conseguia terminar nada que começava. Não conseguia nem mesmo ir a um compromisso, sempre dava uma desculpa ou manipulava os outros com minhas mentiras. Em recuperação tudo mudou não precisava mais me esconder e quando não conseguia resolver meus problemas pedia ajuda deixando um pouco meu orgulho de lado, sei o quanto é difícil assumir que não consigo! Que sou um dependente Químico e que nunca mais vou beber que não tenho controle algum sobre as drogas e que sozinho eu não consigo. Isso dói, dói demais!! Mas essa é a minha realidade, posso conviver com isso e me adaptar a uma nova maneira de viver ou posso tentar levar uma vida sem perspectiva, onde acabarei na cracolândia, numa Clínica de Recuperação ou em uma Prisão, sei como é, tive essa vivência por 13 anos, digo tudo isso se der sorte pois conheço muitos que usavam comigo que já morreram.  Não quero mais isso para minha vida estou muito feliz com minhas relizações limpo, não pretendo trocar essa conquista por uma fissura, um teco ou uma cachimbada. SÓ POR HOJE não vale a pena, agradeço aos leitores, a Deus e a Irmandade de N.A e digo mais, pode acontecer uma desgraça em minha vida, pode vir o Tsunami mesmo assim eu não vou usar.......